quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO: UM PERCURSO CONSTRUÍDO A MUITAS MÃOS

 

Martin Kuhn

 

O I Seminário Macromissioneiro de Formação Continuada de Trabalhadores em Educação, ocorrido em Cerro Largo, em 27 de novembro de 2014, reuniu em torno de mil professores. Contou com a presença do Secretário Estadual de Educação Professor, Dr. José Clóvis de Azevedo, com as representações das Universidades e Instituições de Ensino Superior envolvidas, com os representantes das 6 CREs envolvidas no Programa Macromissioneiro de Formação continuada dos Trabalhadores em Educação. Foi evento “festivo” de encerramento do percurso das atividades de formação desenvolvidas pelo programa ao longo do ano de 2014.

O programa foi resultado da convergência de esforços em torno da construção coletiva de uma proposta de formação continuada para os trabalhadores em educação pública de nossa região. A execução de um programa desse porte foi um desafio para os envolvidos.  Ele possibilitou um exercício concretizado daquilo que almejamos para os nossos educadores e educandos, ou seja, discutir práticas educativas que possibilitem desenvolver, a partir da experiência de selecionar, ordenar, elaborar e sistematizar a informação para transformá-la em conhecimento. Assumiu-se a formação como coletivo que se encontra para pensar e refletir sobre a prática escolar.

O programa se caracterizou pelo protagonismo dos trabalhadores em educação manifesto pela participação e produção efetiva dos envolvidos, seja pela escrita, seja pela postura crítica-reflexiva sobre as suas práticas pedagógicas. Compreende-se que o exercício da reflexão, do debate, da leitura e da interpretação como indiscutíveis no percurso da formação, pois permite a todos os envolvidos nas tarefas cotidianas da escola visitar e revisitar reflexivamente a realidade escolar. Contexto em que cada um é, ao mesmo tempo, formador e aprendente.

Reconhece-se que há possibilidades e limites de um programa desenvolvido em um tempo tão exíguo, uma vez que rupturas no campo epistêmico e pedagógico da educação não se produzem de modo apressado. Contudo nos oportunizou visualizar o tamanho do desafio que se apresenta a nós trabalhadores em educação, se queremos realmente assegurar à escola pública o acesso, à permanência e o sucesso qualificado da formação humana das crianças e adolescentes.

Os grupos de trabalhos (GTs) por setor, função, modalidade de ensino ou área do conhecimento são uma oportunidade de os pares dialogarem sobre as dificuldades, sobre os avanços, sobre os desafios da escola para dos nossos tempos. Coletivizar a finalidade da escola significa romper com as perspectivas fragmentadas, compartimentadas. Um programa de formação continuada só assegura seu sucesso à medida que realiza a sua contribuição na garantia do direito à aprendizagem e o desenvolvimento humano integral dos estudantes. O programa não é um fim em si mesmo. Ele só se realiza na qualificação da tarefa da escola o que requer um trabalho coletivo construído a muitas mãos.

Os desafios se seguem. Torcemos pela continuidade do programa como forma de criar uma cultura escolar e uma lógica de trabalho coletivo e participativo dentro da escola e se consolide a formação continuada. Torcemos também pela garantia de recursos para o financiamento do programa uma vez que ele traz o ensejo de se tornar uma Política Pública. Não há dúvida de que O Programa Macromissioneiro de Formação Continuada dos Trabalhadores em Educação, somado às demais ações formativas desenvolvidas em nossa região, foi e, espera-se que continue sendo, uma valiosa contribuição na defesa e na qualificação da escola pública.

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